ESG e os desafios de gestão ambiental: saiba o essencial!

ESG e os desafios de gestão ambiental


Quais alternativas você tem adotado para gestão dos equipamentos eletrônicos que chegam ao final do ciclo de uso, na sua empresa? 

A tecnologia avança a passos largos. Especialmente depois da chegada da pandemia, nos últimos dois anos, a transformação digital foi acelerada de tal modo que as empresas precisam se organizar para acompanhar esse ritmo de digitalização. 

Pensando de maneira prática, observando o nosso dia a dia, nem poderia ser diferente. Afinal, os devices eletrônicos, sistemas e aplicativos vêm revolucionando nosso estilo de vida. Eles  são capazes de nos conectar com as tecnologias de ponta, de otimizar nosso trabalho, de criar um poderoso ecossistema

colaborativo e gerar insights relevantes. Tudo isso ajuda a aperfeiçoar processos, encontrar novos caminhos e oportunidades e obter inteligência de negócio.

Contudo, a modernização e a produção dos eletrônicos tem um preço alto e gera impactos irreversíveis no meio ambiente. Por exemplo, o ciclo de vida de um smartphone começa com sua fabricação, que usa 62 metais e metalóides diferentes componentes essenciais de um dispositivo. Para obter esses metais preciosos e produzir um único smartphone, são necessários 34kg de minérios, usando 100 litros de água e 20,5g de cianeto.

Somente em 2018, segundo o IDC,  a produção de 1,4 bilhão de smartphones foram enviados consumiu 34 bilhões de kg de minérios extraídos, usando 100 bilhões de litros de água e 20,5 milhões de kg de cianeto.

A grande questão é que os recursos naturais são finitos e o uso desmedido deles gera impactos no ecossistema do planeta.   

Neste contexto, com o crescente alerta e demanda por ações climáticas entre os consumidores, investir em uma estratégia com ações Ambientais, Sociais e de Governança (ESG) é  primordial para empresas que desejam se manter competitivas hoje e no futuro.

ESG e os desafios de gestão ambiental: conheça os pilares do conceito

As questões ambientais, sociais e de governança de qualquer negócio estão interligadas entre si. Elas são determinantes para a gestão eficaz de um negócio. Por isso, o ESG vem ganhando uma importância maior entre investidores, formuladores de políticas e outras partes interessadas. Essa abordagem é vista como uma forma de proteger os negócios de futuros riscos. 

ESG significa ambiental, social e governança. Eles são chamados de pilares nas estruturas ESG e representam as 3 principais áreas temáticas nas quais as empresas devem se reportar. O objetivo do ESG é capturar todos os riscos e oportunidades não financeiros inerentes às atividades do dia a dia de uma empresa.

Conheça os três pilares do conceito:

Pilar Ambiental

Emissões como gases de efeito estufa e emissões de poluição do ar, da água e do solo. Uso de recursos, como se uma empresa usa materiais virgens ou reciclados em seus processos de produção. Além disso, o pilar também avalia como uma empresa garante que, do início ao fim do ciclo de vida do produto, que o máximo de material seja reciclado de volta à economia, em vez de acabar em um aterro sanitário. 

Da mesma forma, espera-se que as empresas sejam boas administradoras de recursos hídricos. As preocupações com o uso da terra, como o desmatamento e a divulgação da biodiversidade, também se enquadram no Pilar Ambiental. As companhias também relatam os impactos positivos de sustentabilidade que podem ter, o que pode se traduzir em vantagens comerciais de longo prazo. Este é considerado o pilar mais complexo. 

Pilar Social

Neste pilar, as empresas relatam como gerenciam o desenvolvimento de seus funcionários e as práticas trabalhistas. Elas apresentam as responsabilidades e cuidados em relação à segurança e qualidade de seu produto, indicando também quais são seus padrões trabalhistas e de saúde e segurança da cadeia de suprimentos e questões controversas de fornecimento. Espera-se que as companhias compartilhem como fornecem acesso a seus produtos e serviços a grupos sociais não privilegiados.

Pilar de Governança

As principais questões relatadas neste pilar são direitos dos acionistas, diversidade do conselho, como os executivos são remunerados e como sua remuneração está alinhada com o desempenho de sustentabilidade da empresa. Também inclui questões de comportamento corporativo, como práticas anticompetitivas e corrupção.

Os desafios no cenário brasileiro e a importância do ESG

Segundo dados da ABES (Associação Brasileira de Empresas de Software) anualmente cerca de 2 milhões de toneladas de lixo eletrônicos são produzidas no Brasil. Na prática, 70% desse montante poderia ser reciclado e 30% podem ser recondicionados e inseridos na economia. Porém, apenas 3% do total é reciclado.

Mas, esse não é um desafio exclusivo do Brasil. Mundo afora, empresas de todos os países e setores vêm trabalhando para mudar esse cenário globalmente, atendendo às exigências do Acordo de Paris. Assinado em 2015 por 192 países, desde então a preocupação com o meio ambiente passou a fazer parte da gestão empresarial. Contudo, os esforços registrados até agora parecem insuficientes para frear os impactos ambientais gerados pelas indústrias.

No Brasil, em 2019, em vez de diminuir, o país aumentou sua contribuição no ano passado com o aquecimento global. As emissões de gases de efeito estufa, como o gás carbônico, subiram 9,6% em 2019. 

Vale destacar que a promessa do Brasil para o Acordo está na redução dos gases do efeito estufa em 43% até 2030. Para tanto, o país assumiu um conjunto de compromissos até 2030, como:

  • Garantir o reflorestamento de 12 milhões de hectares;
  • Ter uma matriz energética composta por 45% de fontes renováveis;
  • Combater o desmatamento ilegal até 2030.

ESG na prática: conheça iniciativas de sucesso

O que poucos sabem é que existem empresas especializadas em coleta, reciclagem e transformação de equipamentos eletrônicos. Segundo André Silva, COO da SAMVIT, empresa especializada em Gestão de Resíduos Sólidos, Reciclagem Eletrônica e Logística Reversa, ” Quando pensamos em descarte de equipamentos eletrônicos a empresa não deve considerar exclusivamente  a monetização do material eletrônico descartado, sem observar se quem está adquirindo tem todos os requisitos ou real compromisso com ESG.”, comenta.

Para André, é preciso ver além: “O potencial de atuação social em todos os ciclos que envolvem o equipamento eletrônico é imenso, considerando geração de empregos, formação, inclusão digital concretizando de fato um círculo virtuoso envolvendo a economia circular” destaca.

André acrescenta que percebe uma forte evolução no olhar das empresas para os pilares de ESG e cita as recentes parcerias com as empresas UNIMED, e com os Laboratórios farmacêuticos  ACHÉ, Biolab e  CIMED.


Investir em ESG pode gerar ganhos sociais tangíveis

Você já parou para pensar que equipamentos eletrônicos que chegam ao final de seu ciclo de utilização corporativa podem iniciar um novo ciclo de oportunidades através de projetos sociais? 

Um exemplo é o projeto Base social que se dedica a qualificar jovens nas áreas de tecnologia e linguagens de programação com o objetivo de inseri-los no mercado de trabalho.

Adriano Rodrigues,  diretor de tecnologia da Tabmedia, preside o projeto Base Social e comenta como os devices eletrônicos são bem-vindos ao projeto.  “Até o início da pandemia, nossos cursos eram realizados no formato presencial em parceria com ONGs já estruturadas em regiões periféricas. No entanto, com a impossibilidade de manter as turmas presenciais desde março de 2020, nos vimos obrigados a migrar para o formato online, onde os alunos teriam que ter uma estrutura mínima em casa para seguir com os estudos”, conta Adriano.

Os desafios, então, começaram a surgir. Era preciso fornecer os recursos para que os alunos do Base Social tivessem condições de conduzir as atividades de formação. “Com isso, percebemos que mais da metade dos nossos alunos não tinham computador, internet e às vezes, até mesmo um celular que permitisse manter a comunicação ativa com os educadores. A partir deste momento, passamos a captar equipamentos com empresas e pessoas da nossa rede de contatos”, comenta Adriano.

Neste contexto, as doações de dispositivos eletrônicos são fundamentais para a continuidade das atividades. Nos últimos meses, o projeto Base Social formou mais de 100 pessoas nos últimos meses e já foram doados mais de 50 computadores para nossos ex-alunos. Uma vez formados, eles ganham da instituição os equipamentos para que continuem investindo na carreira de programadores e designers de produto.

Desenvolva uma política de ESG

O mundo está mudando mais rápido do que nunca e o ESG inevitavelmente se tornará um ponto focal para seus negócios. Ao desenvolver proativamente uma estratégia ESG agora, você pode proteger seus resultados enquanto se prepara para um futuro próspero e sustentável.

Que tal começar revisitando os processos da sua empresa à luz dos pilares do ESG? Temos uma certeza: dá para fazer diferente, com uma gestão mais consciente e responsável, centrada na preservação do ecossistema do planeta.  


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